Solo Grampeado
Princípio da Técnica
Um bom projeto de estrutura de contenção deve conciliar segurança e menor custo possível. Diante disto, cada vez mais novas tecnologias são desenvolvidas buscando melhorar a relação entre estes condicionantes. Uma destas soluções é o SOLO GRAMPEADO.
O solo grampeado é uma técnica muito prática e eficiente para promover a estabilização de taludes e escavações através do reforço do solo in situ. Esta pode ser utilizada tanto de forma provisória, como de forma permanente, para reforço de maciços. Com inclinação do paramento (face) inclinado ou vertical.
Para o grampeamento do solo é aplicado um reforço através da inclusão de elementos resistentes à flexão composta, conhecidos como “grampos”, que geralmente são barras de aço, barras sintéticas, micro-estacas ou até mesmo estacas. Os grampos podem ser instalados horizontalmente ou sub-horizontalmente, para que o talude seja capaz de resistir aos esforços de tração e cisalhamento.
A função dos grampos é promover a estabilização geral do maciço, enquanto a face a ser executada garante a estabilidade local, junto à face da estrutura.
Processo Executivo
Em taludes naturais ou previamente cortados, o grampeamento pode ser efetuado de forma ascendente ou descendente, conforme a escolha do responsável técnico. Neste caso, a construção da estrutura em solo grampeado, consistirá apenas na execução dos grampos e na execução da face.
Quando a estabilização é realizada em taludes resultante de escavação, a seqüência de execução é feita em três etapas: escavação de uma camada com altura previamente determinada, execução dos grampos, e execução da face estabilizadora. Deve-se repetir as etapas até alcançar a cota desejada
Grampos
A perfuração dos grampos é feita mecanicamente por perfuratriz manual e em seguida a barra de aço é inserida, dotada de espaçadores com função de garantir o cobrimento da armadura e centralizá-la no interior da cavidade. Caso sejam realizadas re-injeções de calda de cimento, para aumento de resistência, devem ser instalados junto as barra tubos de re-injeção.
Após a barra inserida no interior do furo, realiza-se a bainha, que consiste no preenchimento do furo com calda de cimento, que pode ser realizado por injeção em baixa pressão ou por lançamento ascendente (por gravidade). Após um tempo de cura de 12h são realizados re-injeções de calda de cimento pressurizadas com pressões de 4 a 12 Bar,, com a função de aumentar o atrito lateral do contato solo/grampo e assim aumentar a eficácia do sistema.
Face
A proteção da face tem como função evitar processos de rupturas localizadas e erosão superficial, causados por intempéries naturais e escoamento superficial. Pode ser executada em concreto projetado, blocos pré-moldados, concreto moldado in loco, face com grama ou grama aliada a pontos com concreto.
Drenagem
Dependo do local de aplicação deve ser projetado um sistema de drenagem que deve prevenir a geração de poropressões (pressões de água) e proteger a face contra a deterioração causada pela água. Pela prática usual, é recomendado à execução de drenagem profunda e superficial, para proteger a estrutura contra os efeitos nocivos da água.